Célia Xakriabá promove Pré-COP Krenak em território marcado pela mineração e pela luta por justiça climática.
- Redação
- há 6 dias
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O Território Krenak, em Resplendor (MG), foi palco de mobilização climática no último dia 10 de outubro, com a realização da Pré-COP Krenak, encontro preparatório para a COP30, que será sediada no Brasil em novembro. A atividade promovida pelo mandato da deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) reuniu mais de 200 participantes entre lideranças indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, movimentos sociais e pesquisadores.
Assim como ocorreu na primeira pré-COP organizada pelo mandato, em Brumadinho, região marcada pelo rompimento da barragem da Vale em 2019, a iniciativa se estendeu ao território Krenak, onde a lama da Samarco matou o Rio Doce (Watu) em 2015. Para os Krenak, o Watu é mais que um rio: é um ser sagrado e ancestral, base espiritual e cultural de seu povo.
A programação da Pré-COP Krenak incluiu seminários sobre ditadura e justiça climática, debates com os Embaixadores pelo Clima, plantio de mudas e atividades culturais, como apresentações tradicionais, chuva de arco e flecha em chamas e shows artísticos.
Um dos destaques foi a Mini COP, em parceria com o Instituto Alana, espaço pensado para que crianças e adolescentes discutam a crise climática a partir da realidade de seus territórios. Eles serão convidados a refletir sobre questões como mudanças no clima, impactos em rios, florestas e cidades, além de propor soluções coletivas para os desafios ambientais.
“Cada lugar do Brasil sente de forma diferente a emergência climática. Por isso, é fundamental que as vozes dos povos indígenas, quilombolas e das crianças estejam no centro da construção de alternativas para o futuro”, afirma a deputada Célia Xakriabá.
A primeira pré-COP, realizada em Brumadinho, reuniu cerca de 300 pessoas em memória das 270 vítimas do rompimento da barragem B1 da Vale, ocorrido em 2019, que liberou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos no Rio Paraopeba. Já a escolha do território Krenak para a segunda edição destaca a urgência de colocar no centro do debate climático os povos que sofrem diretamente os impactos da mineração e dos desastres ambientais.

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